quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

De morrer de rir (crônica de Alma Welt)

"Quando eu era guria, correu a notícia na nossa estância, que um peão nosso de meia idade, morrera de infarto de tanto rir de alguma coisa numa roda de charla e chimarrão. Perguntei a meu pai se aquele fora um homem feliz. Meu pai respondeu: "Provavelmente não, Alma. É preciso muito desespero para se morrer de rir... " (Alma Welt)

O Livro do Segredo (crônica de Alma Welt)

 
"Quando criança, admirada com a quantidade de livros na biblioteca de meu pai, perguntei a ele se os tinha lido, todos. Ele sorriu e disse que sim. Então perguntei: Você gosta assim, tanto, de estórias? Ele riu e disse:" Alma, eu leio para ver se descubro nalgum livro, num linha que seja, a solução de um mistério: o significado da Vida". Eu insisti: "Então você ainda não descobriu? Eu vou descobrir! Por onde devo começar?" Ele parou um pouco, começou a retirar a "Bíblia Sagrada" da estante, mas voltou a recolocá-la no lugar. Então puxou "Alice no País das Maravilhas" e me deu, dizendo: "Este livro não contém soluções, como todos, somente enigmas. Mas é um bom começo. Quando você for um pouco mais velha, te darei para ler um livro que chegou muito perto da solução, este aqui... e mostrou a capa do "Os Irmãos Karamazov". Não dei mais sossego a ele, até poder ler aquele livro."