domingo, 29 de março de 2015

O Ponto Mais Alto (crônica de Alma Welt)


"Uma vez, numa mesa de amigos num café em Porto Alegre, um de nós, que não eu, disse: "Perdoem os pintores, cineastas, músicos e etc, mas o Poeta é o mais alto da humanidade". Outro logo retrucou: "Não, estás totalmente enganado: o Santo é o mais alto". Começou uma acalorada discussão razoavelmente erudita entre aqueles dotados amigos, enquanto eu permanecia quieta, perplexa... "E tu, Alma? O que achas? Qual o ponto mais alto?" Respondi então: "A mãe. O coração maternal." Foi como água na fervura. Não esperavam algo assim, logo de mim que nunca me entendi bem com minha mãe e idolatro meu pai, como eles sabiam. Então um deles segurou minha mão carinhosamente, e virando-se para os outros levantou o copo e disse: "Vamos brindar a este momento, e à amizade que é o ponto mais próximo que, por ora, podemos chegar de um tal coração!"
Uma gargalhada geral distendeu os intelectos, e talvez também os corações..."
(Alma Welt)