segunda-feira, 10 de outubro de 2011

De onde sopra o vento (de Alma Welt)

O peão aproximou-se da varanda sempre olhando para cima e cofiando os grandes bigodes caídos, sinal de pouca reverência... Olhou-me bem nos olhos e disse: "Patroinha, não sei falar de trabalho com uma mulher, mormente quando bonita como um prenda . Não podes chamar um gaucho macho de sua confiança para ouvir umas boas verdades sobre a lida que tenho a fazer e de que não estou encontrando condições?"
Pensei por um momento em chamar o Galdério, mas logo pensei: "Se o fizer nunca mais serei respeitada por este "gaucho" soberbo..." Respondi: "Fale comigo mesmo, ó homem, que esta estância está toda em minhas mãos, goste o senhor ou não."

O gaúcho olhou-me bem, mas de outro jeito; tirou o chapéu de barbicacho e fez uma ligeira reverência. "Esqueci o que me incomodava, patroa. Acho que era só o não saber de onde soprava o vento..." (Alma Welt)

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