domingo, 17 de maio de 2015

Códigos (crônica de Alma Welt)

"Um peão gaúcho, desconhecido, aproximou-se de mim a cavalo na coxilha, diante da nossa porteira, tirou o chapéu e disse querendo ser galante: "Buenas, prenda, quem é o peão macho que dá ordens por aqui? Já vi beleza, mas não vi uma bombacha até agora..." Olhei-o nos olhos e respondi: "Buenas, senhor, mas aqui os machos são servidores. Dê a volta por trás e fale com o meu capataz se quiseres emprego. Ele "le" reenviará a mim depois de uma primeira avaliação de macho para macho". O gaúcho sorriu, colocou o chapéu, o tocou, afastou-se e fez a volta em direção ao curral onde estaria o nosso Galdério. De longe observei-lhes a postura tensa e seu nada sutil código corporal de "machos". Dei um suspiro e continuei a colher flores." (Alma Welt)

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